Taylor-Burton by Rafael Lupo Medina

Direto de Paris, o gemólogo Rafael Lupo Medina nos conta a historia do famoso diamante "Taylor-Burton" e sobre os fatores que influenciam no preço desta gema tão fascinante.
Sem contar, claro!!, na aula que ele nos dá, com riquezas de detalhes, a cerca do maior "it desire" de todas as mulheres.... diamantes!!!! 


"Faz algumas semanas  que a atriz de cinema Elizabeth Taylor partiu para a eternidade...Além dos vários filmes, Liz Taylor deixou também uma deslumbrante coleção de jóias.
Sem sombra de duvidas, a peça mais fabulosa 'e o diamante Tayler-Burton, em forma de gota, de 69,42 quilates D Flawless! O top do top em qualidade!

Nova york, 23 de outubro de 1969:
A casa de leiloes Parke-Bennet pos a venda um importante diamante, cujo o comprador poderia dar o seu nome a pedra.
Uns dias antes, o ator Richard Burton - marido de Elizabeth - pediu que o diamante fosse enviado a Gstaad, onde moravam.
Determinado a comprar a gema, Burton instruiu o seu advogado dar lances e chegar at'e um milhão de dolares.

Porém no dia "D", foi a joalheria Cartier que arrematou o diamante por USD$ 1.050.000.
Furioso com a derrota, Richard Burton fez uma oferta a Cartier e acabou levando a pedra por USD$ 1.100.000.  Uma fortuna na 'epoca!

O diamante  foi imediatamente nomeado de " Taylor-Burton", mas Liz precisou esperar alguns dias antes de usa-lo . 
O acordo entre Burton e Cartier era que a pedra ficasse exposta na loja da Fifh Avenue. Um anuncio foi publicado no New York Times e filas homéricas se formaram diante da vitrine do joalheiro.
Inicialmente Elizabeth Taylor usava-o num anel, mas mesmo ela o achava um pouco grande, e pediu a Cartier para monta-lo num colar.


Mrs Taylor estreou o "Taylor-Burton" na festa do 40° aniversário  da princesa  Grace em Monaco. 
Nesta mesma noite , Liz fez uma brincadeira : portou numa mão o diamante "Krupp" de 33,19 quilates e na outra o "Ping-Pong" de apenas 0,15 quilates !
Anos mais tarde, Liz Taylor vendeu o diamante por cinco milhões de dolares e doou o dinheiro para a construção de um hospital em Botswana, África.

Você já deve ter ouvido comentários do tipo "o diamante da vovo' era cor de champanhe e tinha traços de carvão". Como assim?

O Gemological Institute of America (GIA), a mais renomada escola de gemologia do mundo, criou nos anos 50 um sistema - os famosos 4 Cs - para classificar diamantes : Carat, Colour, Clarity and Cut.   Esses fatores (peso,cor,pureza e lapidação) são analisados, classificados e é emitido um certificado que funciona como uma carteira de identidade da pedra. A combinação desses fatores determina o valor do diamante. A classificação é tão importante que alguns diamantes trazem o numero do certificado gravado a laser. 
Quilates (Carat) é o peso do diamante. Um quilate =0,2gr. Um diamante de um quilate, redondo, com perfeitas proporções, mede 6mm de diâmetro.

Cor (Colour) : nos , gemologistas, utilizamos uma escala(alfabética) com as letras de D a Z para classificar diamantes brancos e ligeiramente marrons ou amarelados. "D" é o mais branco possível. Brancura total! E o Taylor-Burton é cor "D"!  O gemologo analisa a pedra desmontada (para evitar os reflexos do metal) sob uma luz branca e compara o diamante com outros do laboratório, de cor estabelecida como padrão. A diferença entre duas letras é sutilissima, imperceptível para os leigos.

Pureza(Clarity) : é comum ouvir "meu diamante é branco superpuro". Errado : não se deve confundir cor com pureza! São 2 Cs bem diferentes e existem vários tons de brancura e vários níveis de pureza.
A escala de pureza do GIA tem 11 niveis : Flawless (Fl), Internally Flawless (I Fl), VVS1 (very very slightly included 1ou inclusão muito muito ligeira), VVS2, VS1,, até I3. A pedra é analisada minuciosamente com uma lupa de 10x e só depois é graduada. Existem mais de 20 tipos de inclusões diferentes- os famosos carvões-e dependendo da quantidade e de sua localização na pedra recebem a classificação. Por exemplo: se um diamante recebe a classificação VS1 (very slightly included 1) significa que contém minúsculas inclusões difíceis de ver com a lupa. E dependendo do tamanho da pedra, a olho nu é impossível vê-las. Diamantes "flawless", sem nenhuma inclusão interna ou "defeito" na superfície são extremamente raros. E caros. E o Taylor-Burton é puríssimo !

Lapidação(Cut) : quando falamos em lapidação logo nos ocorre as formas clássicas do diamante : redondo, navette, gota, oval, coração. Devemos considerar também as proporções (diâmetro e profundidade), a simetria entre as facetas e o acabamento. Existem varias maneiras de lapidar a pedra para valorizar as suas propriedades ópticas . O diamante bem lapidado , de proporções harmônicas e bem polido tem a sua luz e qualidades "turbinadas" ao màximo. Desde 2006, a lapidação é classificada em : excelent, Very Good, Good, Fair e Poor

Todas as combinações dos 4 Cs são possíveis : F VVS1,  H Fl, D VS2...                                               
A responsável pela cor e pureza da pedra é a natureza. A lapidação depende da excêlencia do lapidador, e o numero de quilates, do bolso de cada um..."
Rafael Lupo Medina

O araraquarense Rafael Lupo Medina, obteve sue diploma de gemologo no GIA de Nova York. Ha mais de 15 anos em Paris, Rafael é consultor em joalheria chez Cartier. http://www.youtube.com/watch?v=16Vlk_Osulg

Um comentário:

Anônimo disse...

Sensasional o post.
beijos, Pat